20021111

episódio de hoje: muitas felicidades, muitos anos de vida.

não vou mais me culpar pelo que fiz, agora já era. realmente mereço morrer, a culpa é toda minha. tenho que rezar ao acaso, tenho que pedir clemência. não importa o tamanho do pecado, o resultado é a morte. mas eu não a quero agora, eu não a quero lenta e em vida. ninguém quer, claro. os que vivem essa provação não merecem coisa tão dura. há pecadores piores com pecados mais graves e esses não tiveram câncer. a natureza que distribua doenças dolorosas, acontecimentos terríveis, ou a sua própria imprudência. espero não morrer por meu descuido. espero morrer de repente, de rompante, de uma dor só. de surpresa. em silêncio.
não vou rezar e pedir favores em troca de ter sido uma boa menina, eu não posso. não é bem verdade, apesar de não saber ao certo se fui boa ou má. vocês também não, nenhum de vós é meu juiz. vou pedir pra viver porque gosto de viver e mais nada, porque não há justificativa. não há justificativa alguma para as coisas mais importantes e não há como contê-las. só existe o medo ou o não-temer: é essa a escolha que tem de ser feita.
mas todos nós merecemos morrer, que pena. e somente pelo pecado de ter nascido gente... por ser fraco... mas há de nos ser dada uma nova chance.
e como sou besta: me julgo, faço juízo de mim mesma... quem sou eu pra isso? não posso. condeno-me precocemente por pecados que não sei se cometi, condeno-me por via das dúvidas. temo por via das dúvidas. e depois desmancho tudo, depois meto a cara na desconfiança e mando-a à merda.
chega, o meu raciocínio não anda mais... e chega de primeira pessoa do singular.

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