20030203

é completamente estranha essa consciência. percebo que me sinto extremamente à vontade em sentimentos melancólicos, acho que é o meu lugar. em mais um capítulo deste diário insólito, narro as aventuras de uma menina que não sou eu, imagino que poderia criá-la melhor e mais nítida que a mim mesma. e em primeira pessoa sigo outra vez.
ela ficou observando a caqueira da avenca que tinham quando seu irmão nasceu, há uns 20 anos. estava lá, e o taco antigo do chão impregnava a cerâmica mais recente. vidros cheios de água colorida, um pijama para crianças de três anos, panos de cozinha úmidos. lembranças do que viveu junto a seus pais e se encontra em países desconhecidos do inconsciente. é bom saber que quando acabar a guerra não haverá mais fronteiras, e ela poderá visitar seus pais sempre que quiser. [déjà vu]
não se preocupem com a linguagem, cuidem apenas de me ajudar a reconstruir sentimentos de aconchego, porque preciso deles agora, e recorro a este artifício. gemidos como quem acorda em um quarto escuro, seu, apenas com luzes que vêm de fora. como alguém que levanta depois de ter tomado remédios pra dormir.
[...continua]

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