20030424

não quero nada, nada além do melhor. ficar junto e só.
se você quer uma eu assim, eu quero um você desse jeito.

lendo o blog de cecília sobre esquecer passado, lembrei que certos amores trazem a gente ao 0Km. não é difícil se tornar 'casto' pelo fato de pensar em um só alguém. e olha que, não sei como, é possível. acreditar em coisas como "nunca mais eu fico triste" - e isso é preciso - esquecer, zerar, apagar, senão ninguém amava mais de uma vez. e pode.
estranho... às vezes não consigo entender os apaixonados, é ilógico. outras horas eu mesma não concebo a vida sem o sal que tem viver de coração pulando, por causa de alguém ou alguma coisa.
mas... o fato é que vivo de paixonite. não, não por gente sempre. por coisa, livro, besteira.
doidadoidadoida. fracafracafraca. nem ligo. não admita isso nunca.

20030421

novo template? by jar?

20030411

[a dona da lua]

quero que você diga isso,
todo drummond e poema bonito,
quero me sentir sua rainha.
e se você não disser, eu lhe digo
sem poesia é que minha vida não fica.

20030409

eu penso coisas demais. vejo sentimentos. às vezes, sei da sinestesia. falo com gatos. e não é mentira!

(não uso lágrimas quando não procede, elas são reais.)
(e não me chama de piégas, sou, às vezes.)

[heaven sent you to me]

20030405

porra, tô gostando desse blog não. e eu que era contra blogues! rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!

não quero nem saber de nada, vou viver minha loucura. nada daquele negócio chato de sair por aí se estragando. loucura é um negócio muito mais profundo. a onda do momento é prestar atenção, fazer o que tive vergonha demais na cara pra executar. traçar planos ardilosos, conseqüentes para o que quero. loucura de verdade, meu amigo, é o que a gente vai ver a seguir.

[i will eat you alive]

20030404

Num Monumento à Aspirina

Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda a hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre num claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia. ...
[meu querido poeta joão cabral de melo neto, sobre comprimidos]

***ele era viciado em aspirina. tomava uns dez comprimidos por dia, tinha dor-de-cabeça constante sem eles. um homem metódico e ansioso, quando leio sobre ele lembro de uma amiga. eu invejo joão cabral, eu me identifico com joão cabral, eu não entendo joão cabral e o amo, intensamente. encontro um raciocínio encantador em tudo que ele me diz, sim, me diz. linha lógica que pensamentos que me satisfaz, ainda que não compreenda tudo com palavras, apenas com um tipo de sensação que experimento com música. bom, vou ali pensar, que tem gente me forçando a isso. estou adorando. são eles, eles estão vindo.



[delícias artificiais de minha infância, assunto tão recorrente em conversas anteriores]

20030402



a sudene me deu medo, estava completamente vazia. a sudene era fria mesmo de meio-dia. a sudene de seu paul e dona guia. a sudene parecia com brasília. lá dentro, gente almoçando, pareciam minha tia. e eu, infantil, olhando as janelas. e a altura, 300 metros. uma criança pela primeira vez num desses prédios estatais, que são uma violência. só que dessa vez sozinha. eu sou grande já e tenho uma carteirinha. paguei meu próprio almoço e sentei numa mesinha. estranhei aquilo tudo, nunca naqueles prédios sozinha. deixei de drama, me sentei com uma velhinha. conversou comigo, me ofereceu almoço, tão bonitinha.

[me perdoem a rima, mas eu não pude resistir. almocei rimando tudo.]

20030401

"Se você não vem depressa até aqui
nem eu posso correr à sua casa,
que seria de mim até o amanhecer?"
Concordo, calo-me.

[drummond, 'à meia-noite, pelo telefone']