20080215



Muito bom!

Muito a ver com minha visão poética do amor e os devaneios de ultimamente!
Hahahahaha!

"como o touro e a rosa, como o pão e a fome"

20080214

{homem da rua}

sonho no chão
e um dia, uma estrada
um estranho silêncio na rua
um incêndio calado no homem que passa por mim

toda manhã acredito nas histórias
em todas as histórias do mundo

e toda vez que o velho sol se apaga
preciso ir, procuro não me apagar

e quando chego na minha cama, eu te imagino melhor.

sonho no chão
uma festa não apaga
o estranho silêncio na rua

o estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na ruao estranho silêncio na rua

(márcio borges)

20060510

De nada mesmo, nem sei mais como começar. Não consigo nem pensar direito, desaprendi com a falta de prática.
Mas vamos à obra, que é o melhor a se fazer. E não há discussão quando se sabe o que é o melhor. Pelo menos não devia haver.

O que passa agora num plano inferior é algo do tipo corrosivo. Corrosivo como só o cotidiano pode ser. Digo, o cotidiano dos ônibus lotados, da falta de humor, do serviço, das relações patronais, o dia-a-dia do dia-a-dia. Até um dia após o outro, que parece ser a solução pra tudo, às vezes se mostra justamente a maior das desilusões: entra ano, sai ano, nada acontece, nada passa. Ou melhor, "até a uva passa", tem gente que diz. Mas não passa o que a gente quer que passe, porque não deu tempo ou coragem de fazer passar. Ou não dava mesmo pra mudar a conjuntura das coisas. Por mais que a gente tenha sempre um poder de mudar, nem sempre é assim tão simples.
Acredito nesse poder de mudar. Deveria se chamar "fé em si mesmo", talvez. Isso deve ser coisa da juventude... ou da velhice, não sei. Não tem importância saber agora.

[continua...]

20060420


I live by the ocean
and during the night
I dive into it
down to the bottom
underneath all currents
and drop my anchor
this is where I'm staying
this is my home

canção de ninar.
para o meu filho.

[the anchor song, björk]

20051027


My blog is worth $5,080.86.
How much is your blog worth?

20050825

faz tantos anos, assim, que ele está sozinho. e é um só que não tem solução. tantos anos de distância guarda da mãe, outros tantos do pai que teve e alguns menos da mulher a quem amava. muitos outros da juventude e da maioria dos amigos. não tem mais solução, não há tempo que chegue para estar só.
não adianta nem pegar um avião.

20050708

o lirismo dos cachorros da rua.
o lirismo dos cachorros que andam sozinhos pela rua.
às vezes, sem precisar de ninguém.

[corta]

está chovendo e faz muito frio,
tudo está cinza, mas eu não acho ruim.
aprendi a não me importar,
e depois, logo depois,
aprendi a gostar do meu inimigo, o frio.
logo mais já não era mais tão ruim.

o motivo é simples,
aprendi a
me agasalhar,
e desse jeito,
aproveitar
o que era dado pra mim.

[corta]

no frio tem alguém que mora,
e parece que na rua.
se repetindo tanto na minha cabeça,
as palavras rua e frio,
rua e frio, rua e frio.

[corta]

você é uma das imagens que lembro do frio,
o frio quando doía a espinha.
o frio martelando em todo lugar que eu fosse,
não tinha jeito.
você é uma das imagens líricas que eu lembro do frio,
porque não parava em mim e
me doía a espinha, e
eu não me esquecia, mas
está sempre aqui, eu
aprendi a me agasalhar.

[corta]

está quente, muito quente aqui dentro.
e tem um cheiro ótimo tudo aqui.
está quente, muito quente, agradeço
a deus por estar aqui.

[corta]

um cachorro
vê em preto e branco
e não interessa se é sol ou chuva,
é preto e é branco.
ele aparece, às vezes,
sozinho ou em bando,
não interessa.

[corta, e apita, fim]

isso é quase um poema, mas se fosse um filme - ah, se fosse um filme! - seria, obviamente em preto-e-branco. mais lírico porque, talvez, menos real - se vê em colorido. real?
os cachorros, dizem, vêem em black and white. talvez por isso o lirismo dos cachorros, na chuva cinza.