{milagre dos peixes}
Tenho perdido muito sangue ultimamente. Nos lábios, secos por causa do sol que tomei; na pele, com a pinça tirando os pêlos que não quero no corpo; nas letras aqui; na menstruação; nas feridas que eu mesma cometi com gilete. Entrego o sangue de coração, é o que tenho.
Tenho me deixado nua em frente a homens que não sabem quem sou. Nem queiram saber, talvez. Mostrei o que quis pra ver como era e entreguei meu corpo de coração, é o que tenho.
Eu me perdi, me perdi no mundo de mim mesma, é o único que tenho. E não me importo mais em distribuir, é espalhar o que sou. Não me importo mais.
Mas enfim eu sempre finjo, e finjo que me escondo, quem vai saber? Ainda assim, não deixo de me despir, de me despir dizendo que a minha nudez é de quem gosta de mim.
[registrar o momento. texto-fotografia. sem retoque. embora ainda não se saiba fotografar bem.]
{gostaria muito de não ser tão hzenta às vezes, mas me falta capacidade}