20030226

ensaio da marisa gata mansa na tv cultura, ouvi ela cantr uma música que me chamou atenção. cry me a river. na mesma noite fui na intenet, e por coincidência descobri que björk gravou essa música. a foto também veio por coincidência.

Now you say you love me
You cried the whole night through
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

Now you say you're sorry
For being so untrue
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

You drove me, nearly drove me
Out of my head
When you never shed a tear

Remember, I remember
All that you said
Told me love was through for being
Told me you were through with me

But now you say you love me
And just to prove you do
Come on and - cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

Yeah, ooh-ooh-woo

You drove me, nearly drove me
Out of my head
When you never shed a tear

Remember, I remember
All that you said
Told me love was through for being
Told me you were through with me

But now you say you love me
And just to prove you do
Come on and - cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you
I cried a river over you
I cried a river over you-hoo-oh!

20030221

huhuhuhuhu, estou com vontade de rir.

20030219

[há anos]

Eu sou um homem apaixonado. Estou seriamente desconfiado de que não existe mais gente assim, nesse estado. Nunca mais ouvi ninguém falar nisso, todo mundo desaprova. Acontece que eu não tenho solução e ela é linda demais. Acho que estou deplorável de paixão, há anos.
Essa noite tive um susto: me vi olhando, catatônico, para seus copos e talheres, aqueles que ela tinha usado. Quis as bitucas de cigarro com batom rosa -que ela quase nunca usa, mas deixou marcados no cinzeiro hoje. Só que de nada adianta, não existem olhos pra mim. Não existem mais olhos pra mim.
Vestidos e outras peças de roupa me cercam o dia inteiro. De manhã, de tarde e de noite. Permita-me, menina, esse abuso com sua pessoa. Passo um bom tempo ocupado em livrar meu pensamento e é pior, adoeci de você.
Quando fui dormir, concentrado em uma lembrança de algum dia mais inteiro, com ela, percebo. Percebo que não sou infeliz longe de quem amo, somente um pouco menor... Embora finja que não sei, é sempre melhor quando não me sujeito aos seus caprichos. Porque não preciso me humilhar.
Por um minuto, penso em como seria vê-la sem tanta agonia e fico aliviado. É uma escolha minha, depende de mim, e me culpo, torturado.
Às quatro da manhã estou puto da vida. Pelo amor de Deus, vá embora, passe sem me deixar tonto, não entre no meu sonho, não cheire tão bem, não tenha olhos tão bonitos, cumpra as regras que lhe imponho.
Em outro instante, desejo que ela esteja sempre perto ou não tão longe, pra eu não ficar completamente sozinho, que é meu medo. Viro pro lado e durmo.

[mais uma coisinha para este blogue, que há de ressurgir bom]

20030205

provavelmente o meu sangue não será bonito:
não é de qualidade.
ele escorreu ainda assim da caneta
azul como se fosse nobre:
é preciso fingir.
foi então continuei:
será meu sangue sincero e fajuto.
será o meu sangue derramado,
porque é preciso falar.

20030203

é completamente estranha essa consciência. percebo que me sinto extremamente à vontade em sentimentos melancólicos, acho que é o meu lugar. em mais um capítulo deste diário insólito, narro as aventuras de uma menina que não sou eu, imagino que poderia criá-la melhor e mais nítida que a mim mesma. e em primeira pessoa sigo outra vez.
ela ficou observando a caqueira da avenca que tinham quando seu irmão nasceu, há uns 20 anos. estava lá, e o taco antigo do chão impregnava a cerâmica mais recente. vidros cheios de água colorida, um pijama para crianças de três anos, panos de cozinha úmidos. lembranças do que viveu junto a seus pais e se encontra em países desconhecidos do inconsciente. é bom saber que quando acabar a guerra não haverá mais fronteiras, e ela poderá visitar seus pais sempre que quiser. [déjà vu]
não se preocupem com a linguagem, cuidem apenas de me ajudar a reconstruir sentimentos de aconchego, porque preciso deles agora, e recorro a este artifício. gemidos como quem acorda em um quarto escuro, seu, apenas com luzes que vêm de fora. como alguém que levanta depois de ter tomado remédios pra dormir.
[...continua]